quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

VALE A PENA OPERAR

A ciência se prepara para ampliar sua ação contra o diabete. E quem está na mira desta vez são os diabéticos tipo 2 não obesos até mesmo pessoas com 15, 16, 20 quilos acima do ideal. O que os médicos buscam é comprovar que a cirurgia bariátrica, velha conhecida e nem um pouco experimental, servirá também para essa gente num futuro próximo.

A idéia, portanto, é não mais restringir a operação a pacientes com índice de massa corpórea, o IMC, acima de 35, como acontece hoje em dia. Há no Brasil entre 6 e 8 milhões de diabéticos tipo 2 e apenas 25% deles possuem IMC acima de 35. Por isso o foco agora são os 60% de diabéticos tipo 2 com índice entre 28 e 35.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o número de diabéticos do tipo 2 deve dobrar até 2030, atingindo 4,4% da população do planeta, ou seja, alarmantes 366 milhões de pessoas. Já se sabe que o excesso de gordura associado aos maus hábitos alimentares e ao sedentarismo detona o mal em quem tem predisposição.

As primeiras cirurgias bariátricas, voltadas apenas para os pacientes com obesidade mórbida, visavam reduzir o estômago. As pessoas operadas podiam comer de tudo, só que logo se saciavam e, ainda por cima, nem todos os nutrientes eram absorvidos de modo que, óbvio, emagreciam. Mas, claro, isso também trazia inúmeras complicações. Mais recentemente surgiram vários modelos cirúrgicos, entre eles alguns que mexiam um pouco no intestino e um pouco no estômago. Alguns deles mostraram que a melhora do diabete acontecia mais rápido do que a perda de peso, conta Sérgio Santoro, cirurgião do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. É porque essas técnicas alteram a produção dos hormônios do intestino, tanto os responsáveis por reduzir o estímulo para começar a comer como os que levam à saciedade. E isso tudo acaba intensificando a produção de insulina. Ou seja, o diabete melhora ou some.

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